FUNCIONAMENTO DO CENTRO DRAGÃO DO
MAR
Geral: de segunda a quinta, das
8h às 22h; e de sexta a domingo e feriados, das 8h às 23h. Bilheteria: de terça
a domingo, a partir das 14h.
Cinema do Dragão: de terça a
domingo, das 14h às 22h. Ingressos: R$ 14 e R$ 7 (meia). Às terças-feiras, o
ingresso tem valor promocional: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia).
Museus: de terça a sexta, das 9h
às 19h (acesso até as 18h30); sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h
(acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
Multigaleria: de terça a domingo,
das 14h às 21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
OBS.: Às segundas-feiras, o
Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura não abre cinema, cafés, museus,
Multigaleria e bilheterias.
► [PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
“BÁRBARAS: MULHERES DO CEARÁ”]
Debates alusivos ao Dia
Internacional da Mulher, no Museu da Cultura Cearense
Mais do que um espaço
privilegiado de difusão de arte e cultura, o Dragão do Mar tem se firmado como
lugar de reflexão e promoção do pensamento. Desta forma, realizará, ao longo do
mês, debates que pretendem provocar discussões sobre a presença das mulheres em
campos diversos da vida social, compondo assim parte da programação do ciclo
“Bárbaras: Mulheres do Ceará”.
No dia 8 de março, o Museu da
Cultura Cearense (MCC) promove o “Diálogo Cultural As Mulheres e a Arte”. A
partir das 18h, no miniauditório do MCC, artistas de múltiplas linguagens são
convidadas para falar sobre problemáticas relacionadas à (in)visibilidade
feminina na arte. Onde estão as mulheres na história da arte? E onde estão as
artistas? O que elas estão produzindo? Essas e outras questões serão discutidas
entre Raquel Santos (Coletivo Mulheres no Grafiti), Alexsandra Ribeiro
(grafiteira Dinha), Maruska Ribeiro (performancer de rua), os coletivos Mulher
de Quem? e Mulheres da Imagem – CE.
No ciclo “Bárbaras: Mulheres do
Ceará”, também há espaço para os amantes da sétima arte. Como forma de discutir
o protagonismo feminino nas artes, o núcleo educativo do Museu da Cultura
Cearense realizará, nos dias 6, 7 e 9 de março, o ciclo de cine debate
“Mulheres e realizações audiovisuais”, com exibição dos curtas “Maria de minha
infância”, de Andrezza Feitosa, “O Vigia”, de Priscila Smith, premiado no
Festival NOIA 2017, e “Rotinas”, do Coletivo Tentalize, respectivamente. A
programação inicia às 17h30, no miniauditório do MCC.
// Cinedebate, nos dias 6, 7 e 9
de março de 2018, às 17h30, no Miniauditório do MCC. Diálogo Cultura, no dia 8
de março, às 18h, no Miniauditório do MCC. Acesso gratuito. Classificação
etária: Livre.
►[CIRCO] Espetáculo “A Isca”
As 10 Graças
Em 1943, em plena noite, um navio
zarpa em alto-mar com um grupo de pescadores. Ao comando do Capitão, os
tripulantes Nestor, Mantêga e Sereno seguem a bordo de uma grande aventura que
tem o riso e a crítica como pano de fundo. Uma velha matéria de jornal e um
penico – que é signo e extensão do corpo do ator – são o ponto de partida para
um mergulho nas surpresas, paixões, alegrias e tristezas presentes na
narrativa.
// Dias 6, 7, 13 e 14 de março de
2018, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00
(meia). Classificação etária: Livre.
►[TEATRO] Espetáculo “Maquinista”
Pavilhão da Magnólia
A incrível história do “ator” que
entrou para o bando de Lampião após enganar toda uma cidade. Baseado numa
figura real, Antônio Maquinista* é um tipo presepeiro, inteligente e
bem-parecido, que, com boa leitura e não pior escrita, dispôs-se a promover, em
meados de 1926, um espetáculo de teatro na cidade de Floresta, Pernambuco. Mas,
após recolher o dinheiro dos ingressos e arrecadar por empréstimo um sem-número
de cobertas a serem improvisadas em cortinas, desapareceu na hora da abertura
do espetáculo com tudo o que se achava em seu poder. Jurado de morte pela
rapaziada fogosa da terra, justamente afrontada com o ridículo em que se
envolveram indiretamente as suas famílias, é com pouca surpresa que, dias
depois, estoura a notícia do alistamento do ator velhaco no bando de Lampião,
onde aliás não viria a pôr freio ao seu espírito criativo.
// Dias 8, 9, 10, 11, 15, 16, 17,
18, 23, 24 e 25 de março de 2018, às 20h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos:
R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Classificação etária: Livre.
► [PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
“BÁRBARAS: MULHERES DO CEARÁ”]
Shows “Androginismo”, com Silvero
Pereira e Valéria Houston + “¿Vamos a bailar?”, com Las Tropicanas
Androginismo
Show inédito chega ao Centro
Dragão do Mar para única apresentação no dia 08 de março. Androginismo, que
teve sua estreia numa das casas de espetáculos mais respeitadas por
intelectuais e artistas de Porto Alegre e em seguida fez apresentações no Rio
de Janeiro, chega a Fortaleza ancorado no fenômeno de bilheteria ocorrido
nessas duas capitais.
O trabalho, que é assinado pelo
Coletivo Artístico As Travestidas (Fortaleza), decorre do encontro entre a
transformista cearense Gisele Almodóvar, alter ego do ator Silvero Pereira
(protagonista do espetáculo BR-TRANS), e a cantora transexual gaúcha Valéria
Houston. O título Androginismo é inspirado na canção composta pelos Almondegas,
grupo gaúcho que na década de 70 emplacou essa canção na vanguarda do questionamento
acerca da diversidade sexual, especialmente da travestilidade.
O repertório contempla vários
gêneros musicais, da MBP aos hits internacionais. Para definir esse roteiro,
foram pesquisadas canções que retratassem o universo LGBTTT, não somente a
partir de um critério cronológico ou estético, mas principalmente para que o
público pudesse interagir com a proposta artística idealizada pelos performers.
Androginismo é uma homenagem
divertida, festiva e poética, que une esses dois talentos do sul e do nordeste
brasileiro, em torno da boa música. Mas também pode ser visto como um show que
promove, de forma metafórica e afetiva, o rompimento dessas fronteiras de
gênero tão presentes nos nossos substratos culturais e sociais. Ao percorrerem
a fina-flor da música brasileira, e também os clássicos de Nina Simone à Edith
Piaf, acompanhadas dos músicos Rodrigo Apolinário e Rafael Erê, o que temos é
um momento pensado para a celebração da vida em seu estado mais elevado de
alegria e emoção.
¿Vamos a bailar?
O convite acima resume bem a
proposta dessa nova iniciativa musical da cidade. Encabeçado pelas cantoras
Lorena Nunes, Di Ferreira e Pepita York (personagem feminino de Jeff Pereira),
o “Las Tropicanas” promete fazer ferver os salões e festas por onde passar. Com
direção musical do produtor musical Claudio Mendes, o espetáculo passa por um
repertório que foca na música latina. O baile passa por clássicos do gênero
latino como a salsa de Célia Cruz e a lambada do Kaoma; adentra o universo do
Reggaeton e da Rumba com artistas mais contemporâneos como Shakira e Ricky
Martin; e apresenta releituras de sucessos do pop internacional e da música
brasileira em versões “quentes”. É baile latino, é tropical, é carnaval, é “Las
Tropicanas”.
// Dia 8 de março de 2018, às 19h,
no Anfiteatro. Acesso gratuito com retirada de ingressos 2h antes do início do
show. Classificação etária: Livre.
► [ARTES VISUAIS] Abertura da
exposição /Simultâneos/
No dia 8 de março, a partir das
19h, o Museu de Arte Contemporânea do Ceará (MAC-CE) abre /Simultâneos/, bloco
composto por cinco pequenas mostras que aproximam linguagens, temporalidades e
questões, a partir de eixos que convidam o público à participação.
Com a instalação “Você Gostaria
de participar de uma experiência artística? Circulação & repouso”, Ricardo
Basbaum propõe o envolvimento do outro como participante em um conjunto de
protocolos indicativos dos efeitos, condições e possibilidades da arte contemporânea.
O projeto se inicia com o oferecimento de um objeto de aço pintado (125 x 80 x 18 cm) para ser levado para
casa pelo participante (indivíduo, grupo ou coletivo), que terá um certo
período de tempo (em torno de um mês) para realizar com ele uma experiência
artística. O artista maranhense Thiago Martins de Melo apresenta, em outra
sala, um conjunto poético que convida o público a discutir o colonialismo por
meio da metanarrativa que se projeta no filme “Barbara Balaclava” (2016).
/Simultâneos/ contará ainda com
mostra “Montar uma Ruína”, de Lis Paim. Trata-se da primeira exibição pública
do arquivo audiovisual constituído pela artista a partir da edificação em ruína
do Alagoas Iate Clube – o Alagoinha, um antigo clube modernista localizado
dentro do mar da orla de Ponta Verde, na cidade de Maceió (AL). Alvo de
peculiares ocupações transitórias e de ameaças constantes de desaparecimento
desde o momento da sua desapropriação e abandono pelos vários governos em
Alagoas, a imagem do Alagoinha na paisagem urbana é a de um apêndice; uma
aresta consentida e mal aparada de Maceió: um lugar de limbo.
Em outra sala, são apresentados
fragmentos de álbuns de família da cidade de Várzea Alegre/CE, a partir de um
conjunto de imagens produzidas pelo “Studio Saraiva” e por “Telma Saraiva”, que
evidencia a sofisticação de pensar, executar e reinventar a fotografia na
metade do século passado no Cariri cearense (Crato/CE).
Na Sala Experimental, a curadora
Carolina Vieira elege algumas obras do Acervo MAC e da Pinacoteca do Estado do
Ceará, e aproxima de um recorte contemporâneo da produção cearense, pontuadas
por pinturas de Thiago Martins de Melo.
// Abertura dia 8 de março de
2018, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea do Ceará. Visitação até 13 de maio
de 2018, de terça a sexta-feira, das 9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos
sábados, domingos e feriados, das 14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso
gratuito.
► [MÚSICA] Festival Garage Sounds
Fortaleza
// Dia 10 de março de 2018, às
14h, na Praça Verde. Classificação etária: 16 anos. Ingressos: R$ 52,00 Meia |
R$ 57,00 Inteira Social (01 Kg
de Ração ou um livro em bom estado) | R$ 102,00 Inteira.
► [PROGRAMAÇÃO ESPECIAL “BÁRBARAS:
MULHERES DO CEARÁ”]
Debate “Estratégias e liderança
feminina para sustentabilidade na moda”
Com Gabi Dourado e Clara Dourado
(As Desenroladas) e Mariana de Castilho (Pavão Misterioso) e mediação de Amanda
Ávila
No dia 10, a partir das 16h, o
auditório do Dragão do Mar sediará o debate “Estratégias e liderança feminina
para sustentabilidade na moda”. As jornalistas Gabi Dourado e Clara Dourado (As
Desenroladas) e a designer de moda Mariana de Castilho (Pavão Misterioso)
debatem o tema, que contará com mediação de Amanda Ávila, autora do “Guia de
sustentabilidade para eventos de Moda”. O acesso é gratuito e livre.
// Dia 10 de março de 2018, às
16h, no Auditório do Dragão do Mar. Acesso Gratuito. Classificação etária:
Livre.
► [TEATRO INFANTIL] Espetáculo
“Senhorita Marshmallow”
Cia Teatro Mosca
Senhorita Marshmallow é a
proprietária de uma grande rede de fast-food, que se encontra à beira da
falência diante da chegada de uma grande e popular cozinheira na cidade. Para
resolver esta situação, Marshmallow planeja uma sabotagem junto ao seu
confidente Espelho Mágico sequestrado da Madrasta da Branca de Neve. O que ela
não esperava era o que Espelho, fingindo lhe ajudar, já planejava a própria
fuga tudo junto do funcionário escravizado do palácio.
// Dias 10, 11, 17 e 18 de março
de 2018, às 17h, no Teatro Dragão do Mar. Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$
10,00 (meia). Classificação etária: Livre.
► [PROGRAMAÇÃO ESPECIAL
“BÁRBARAS: MULHERES DO CEARÁ”]
Fuxico no Dragão Especial “Elas
nas pickups”
Com a DJ Bia Gondim
Durante o mês de março, a
programação “Bárbaras: Mulheres do Ceará” apresenta edições especiais da
tradicional feirinha dominical Fuxico no Dragão. O projeto “Elas nas pickups”
traz, neste domingo (11), a DJ Bia Gondim para levantar o astral e animar o público
com ritmos brasileiros, sons regionais misturados a eletrônicos e pops.
Viajando pelos sons do Nordeste, das criações de Pernambuco ao Bahia bass,
chegando até as batidas de funk do Rio, é assim que segue o baile com set da
Bia Gondim. Além da música, o Fuxico compõem-se ainda de feira com expositores
de produtos criativos em moda, design e gastronomia.
// Dia 11 de março de 2018, das
16h às 20h, na Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito. Classificação etária:
Livre.
► [MÚSICA] Pra ver a banda
Com Orquestra de Sopros de Icapuí
Criado em 1996, o programa Pra
Ver a Banda configura-se como uma das principais ações para a articulação da
Rede de Bandas do Ceará. De 1996
a 2014, com cerca de vinte apresentações anuais, no Espaço
Rogaciano Leite Filho, o programa bimensal oportunizou às Bandas de Música de
todas as regiões do Ceará um espaço para apresentação onde estas corporações
eram as protagonistas. O Pra Ver a Banda se propõe a ser um espaço de difusão e
fruição da música instrumental, por meio das Bandas de Música do Ceará e tem
como objetivo apoiar, promover e fortalecer a Rede Estadual de Bandas de Música
do Ceará.
// Dia 11 de março de 2018, às
18h, no Espaço Rogaciano Leite Filho. Acesso gratuito. Classificação etária:
Livre.
//// TODA SEMANA NO DRAGÃO DO MAR
Feira Dragão Arte
Feira de artesanato fruto da
parceria com Sebrae-CE e Siara-CE.
Sempre de sexta a domingo, das
17h às 22h, ao lado do Espelho D'Água. Acesso gratuito.
Planeta Hip Hop
Crews de breaking e outras danças
do hip hop promovem encontro de dançarinos do gênero com DJ tocando ao vivo.
Todos os sábados, às 19h, na
Arena Dragão do Mar. Acesso gratuito.
Brincando e Pintando no Dragão do
Mar
Sob a orientação de monitores,
uma série de jogos, pinturas, brincadeiras e outras atividades são oferecidas
às crianças.
Todos os domingos, às 16h, na
Praça Verde. Acesso gratuito.
//// PLANETÁRIO RUBENS DE AZEVEDO
O Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura informa que o Planetário Rubens de Azevedo modernização tecnológica.
Está, portanto, temporariamente fechado para atendimento ao público amplo,
funcionando apenas para escolas agendadas. Informações: 3488.8639 ou
www.dragaodomar.org.br/planetario
//// VISITE NOSSAS EXPOSIÇÕES
► Exposição “Luciano Carneiro: O
Olho e o Mundo”
Parceria entre o Instituto Dragão
do Mar (IDM) e o Instituto Moreira Salles (IMS) traz a Fortaleza exposição
inédita sobre o cearense Luciano Carneiro, fotojornalista com uma das mais
expressivas produções do Brasil. Intitulada “Luciano Carneiro: O Olho e o
Mundo”, a mostra está em cartaz dia 13 de maio de 2018, no Museu da Cultura
Cearense, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. São cerca de 300
fotografias registradas entre o fim da década de 1940 e ao longo da década de
1950, período em que o fotojornalista atuou na revista O Cruzeiro. Sob
curadoria de Sergio Burgi, coordenador de Fotografia do IMS, a mostra pretende
difundir a visão de um talento ainda pouco conhecido na história da fotografia
brasileira e permite um denso recorte do início do moderno fotojornalismo no
país.
Luciano Carneiro foi um dos
jornalistas mais atuantes de seu tempo. Em uma curta carreira, interrompida por
sua morte aos 33 anos em um acidente aéreo, logo se destacou entre os
principais nomes de O Cruzeiro. Trabalhou na revista entre 1948 e 1959,
inicialmente como repórter e, no ano seguinte, escrevendo e fotografando. Nesse
período, a publicação fez uma consistente inflexão em direção a um
fotojornalismo mais humanista e engajado. Essa mudança foi concretizada por
fotógrafos como José Medeiros, Flávio Damm, Luiz Carlos Barreto, Henri Ballot,
Eugênio Silva e o próprio Carneiro, que passaram a integrar a equipe da
revista, trazendo para as fotorreportagens maior ênfase na objetividade e no
caráter documental e jornalístico.
Graças à enorme estrutura dos
Diários Associados, grupo do qual a revista fazia parte, fundado por Assis
Chateaubrinand, Carneiro pôde fazer séries de reportagens em quatro
continentes, incluindo a cobertura da Guerra da Coreia, em 1951, sendo um dos
únicos repórteres sul-americanos a cobrir o conflito. Com seu espírito
aventureiro e com um brevê de paraquedista que possuía, saltou, ao lado do
exército americano, sobre as linhas inimigas durante a guerra.
Carneiro documentou, em 1955, o
trabalho humanista do dr. Albert Schweitzer na África – premiado três anos
antes com o Nobel da Paz. Acompanhou a entrada de Fidel Castro e seus
companheiros vitoriosos em Havana, em janeiro de 1959, e realizou ainda
reportagens no Japão, na Rússia e no Egito de Gamal Abdel Nasser, presidente
daquele país de 1954 até 1970.
No Brasil, realizou matérias
sobre jangadeiros, posseiros, a seca no Nordeste, a herança do cangaço, as
lutas estudantis e ainda diversas matérias reunidas na seção “Do arquivo de um
correspondente estrangeiro” na revista O Cruzeiro, da qual era titular e onde
expressava livremente suas opiniões. Ali, revelava influências da fotografia
humanista do pós-guerra praticada por fotógrafos como Henri Cartier-Bresson,
Robert Capa, Robert Doisneau e W. Eugene Smith. Era um contraponto à coluna de
duas páginas de David Nasser, expoente de uma escola de jornalismo de viés
sensacionalista, a qual Carneiro se opunha frontalmente.
Ao lado de Rachel de Queiroz,
Luiz Carlos Barreto e Indalécio Wanderley, foi parte do elenco de jornalistas,
fotógrafos e intelectuais cearenses que ajudaram a construir este grande
veículo de comunicação de abrangência nacional e internacional que foi a
revista O Cruzeiro. O Instituto Moreira Salles vem ao longo dos últimos anos
dedicando-se à pesquisa sobre o fotojornalismo no Brasil, principalmente a
partir da produção dos fotógrafos que atuaram na revista.
Apesar de sua evidente
relevância, a produção fotográfica de Luciano Carneiro não foi ainda
devidamente referenciada e pesquisada. Esta exposição é o primeiro passo mais
abrangente nesta direção, com o objetivo de resgatar este importante legado,
situando devidamente e definitivamente a obra de Luciano Carneiro no âmbito da
fotografia e das artes visuais no Brasil. O conjunto de imagens apresentado
corresponde integralmente à coleção de originais cedida ao IMS por sua família,
em que se destacam as reportagens que realizou no exterior como correspondente
da revista.
Além das fotografias originais,
serão exibidos materiais de época, como revistas e fac-símiles de matérias.
Outros destaques são: um vídeo sobre a importância da revista O Cruzeiro do
ponto de vista de fotógrafos, com depoimentos de Luiz Carlos Barreto e Flávio
Damm, que trabalharam na revista, e Walter Firmo e Evandro Teixeira, que nela
encontraram a mais forte inspiração no início da carreira; e um
minidocumentário produzido para a montagem original da exposição sobre Luciano
Carneiro, com entrevistas de Ziraldo e Luciano Carneiro Filho, entre outros.
Sobre o fotógrafo
José Luciano Mota Carneiro
(Fortaleza, 1926-Rio de Janeiro, 1959), filho de Antônio Magalhães Carneiro e
Maria Carmélia Mota Carneiro, nasceu no dia 9 de outubro. Iniciou sua carreira
como jornalista nos jornais Correio do Ceará e O Unitário, periódicos
integrantes dos Diários Associados. Começou a fotografar nesse mesmo período e,
em 1948, passou a integrar a equipe da revista O Cruzeiro, no Rio de Janeiro,
como repórter. Suas fotos passariam a ilustrar as reportagens um ano depois.
Luciano Carneiro morreu
tragicamente, no dia 22 de dezembro de 1959, em um acidente de avião próximo à
cidade do Rio de Janeiro, quando retornava de um trabalho singelo em Brasília:
fotografar o primeiro baile de debutantes da nova capital, então às vésperas da
inauguração.
Dos destroços do avião, foram
resgatadas suas máquinas fotográficas e os filmes com as fotos. A revista o
homenageou publicando o que seria sua última matéria, no dia 16 de janeiro de
1960, sem título nem textos, apenas imagens – em uma delas, aparece o próprio
fotógrafo refletido em um espelho. Antecedendo as imagens do acidente, na
edição de 9 de janeiro, que anunciava o falecimento, foram publicadas duas
páginas escritas por David Nasser lamentando a perda do colega. No texto,
Nasser ressalta as diferenças entre o jornalismo praticado por ambos e, ao
mesmo tempo, reconhece e enaltece sua objetividade e seu humanismo. Na edição
de 16 de janeiro, foi Rachel de Queiroz quem publicou sua homenagem.
// Visitação: de 23 de fevereiro
a 13 de maio de 2018, no Museu da Cultura Cearense, de terça a sexta-feira, das
9h às 19h (com acesso até as 18h30); e aos sábados, domingos e feriados, das
14h às 21h (com acesso até as 20h30). Acesso gratuito.
► Exposição "Vaqueiros"
Exposição lúdica, de caráter
didático, percorre o universo do vaqueiro a partir da ocupação do território
cearense pela pecuária até a atualidade. Utiliza cenografia, imagens e objetos
ligados ao cotidiano do vaqueiro.
// Exposição de longa duração, no
Piso Inferior do Museu da Cultura Cearense. Visitação de terça a domingo, das
9h às 19h (acesso até as 18h30) e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às
21h (acesso até as 20h30). Acesso gratuito. Classificação etária: Livre.